As empresas estão descobrindo que o uso dos plataformas de áudio – Podcasts, Clubhouse, Twitter Spaces – vem se constituindo em uma nova forma de se comunicar com os clientes.
1.O conceito áudio voltou a atrair?
Sim, o ápice do sucesso do rádio aconteceu no início do século XX, agora o interesse das pessoas se voltou novamente para os conteúdos de áudio, em novo formato. A diferença está na tecnologia, em ser on-line e ter uma massa de participantes. Há interesse em ouvir um comentário, palestra, conversas entre pessoas interessadas em determinado tema, zapear entre bate-papos, além de ser um universo inexplorado, com infinitas possibilidades de comunicação.
2.O que faz essas mídias diferentes do rádio?
Sem dúvida, a interatividade. No rádio – mesmo na versão atual via internet – é bastante limitado. Nessas redes sociais de áudio, a possibilidade de comunicação se expande, todo mundo pode ser speakers, ouvir uma personalidade famosa comentar um tema, entrar e sair de salas, além de ser canal novo para as marcas, porque não existe o “intervalo comercial”, que interrompe o programa. Há espaço de diálogo entre empresa e consumidor, de uma forma mais inclusiva, mais humanizada. O usuário entra na conversa para ouvir determinada mensagem, sem imposição.
3.Qual vem sendo o nível de interesse dos brasileiros?
Segundo pesquisa do Ibope, 40% da população brasileira de internet já ouviu podcasts (50 milhões) e o crescimento é vertiginoso. Somente na língua portuguesa, falada por apenas 260 milhões de pessoas, cresceram mais de 100% no primeiro semestre do ano passado. A fórmula de aproximar as pessoas, sem roteiro, compartilhando-se o que pensa, vem sendo o atrativo. É uma versão mais inovadora das salas de bate-papo, que já foram tão populares.
4.Qual a projeção futura do uso das plataformas de áudio?
Essas novas plataformas de áudio são o resultado do aperfeiçoamento de tecnologias, como os assistentes de voz, que ajudaram a ampliar a acessibilidade. Estão se tornando um importante canal da interação digital, principalmente porque novas big techs já anunciaram que também terão APPs de áudio similares ao Clubhouse, apontando que essa é uma tendência que veio para ficar.
5.E como fica a segurança dos dados pessoais?
Em fevereiro, uma das plataformas de áudio confirmou um vazamento, quando um usuário transmitiu o áudio de uma sala para outro local sem autorização. A plataforma disse que não foi um ataque malicioso e que estava disponibilizando criptografia adicional para evitar outro incidente de segurança. O que temos visto, contudo, é que a privacidade nas novas plataformas vai se robustecendo com o tempo, com o amadurecimento da ferramenta.
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