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Yun Ki Lee aponta desafios éticos da IA em ESG na “FDHIC 2025”

Yun Ki Lee aponta desafios éticos da IA em ESG na "FDHIC 2025"

Em exposição na “FDHIC -2025 (Future of Digital Health International Conference – 2025)”, congresso de saúde hospitalar, o sócio da Lee, Brock, Camargo Advogados (LBCA), Yun Ki Lee, destacou a importância das tecnologias de IA para alavancar o ESG (boas práticas, ambientais, sociais e de governança), durante o painel “IAs contra ou a favor de ESG? Quando IA adiciona valor e quando conspira contra”, realizado no último dia 22/5, no São Paulo Expo.

A exposição contou com a participação de Ingrid Cicca, gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Rede D’Or e mestre em Sustentabilidade e de Fabrício Barth, AI Specialist e professor de ML e IA do Insper.

A mediação da mesa foi de Guilherme Hummel, curador de conteúdo da Hospital Hub, pesquisador, mentor, senior advisor, pós-graduado em sistemas de informática e head-mentor do EMI – eHealth Mentor Institute.

Durante o debate, Yun Ki Lee ponderou que o avanço da IA é irreversível e que sua aplicação dentro dos 17 ODS da Agenda 2030 da ONU contribui diretamente para eficiência e resultados positivos nas empresas. Ele apontou que, na prática, a IA está se tornando um elemento performador da sustentabilidade, sendo crucial entender como ela pode ser sustentável para si mesma, para o ESG (boas práticas ambientais, sociais e de governança) e para as empresas de saúde e de outros setores.

Yun Ki Lee também abordou a questão regulatória da IA, mencionando que está mais avançada na União Europeia normas já em vigor; na Coreia do Sul, que regula sem restringir inovação; no Japão, que emprega modelo regulador mais brando, dentre outros países. Ressalta que no Brasil a discussão ainda está em curso. “Não há dúvidas de que o uso da IA relacionada a cada um dos 17 ODS aprimora e ajuda, gera eficiência e traz resultados”, afirmou.

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Na avaliação de Yun, há exageros no uso dos conceitos de ESG e sustentabilidade. “Vamos ter uma depuração, faz parte da maturidade no sistema de gestão ESG. Há um esgismo excessivo”, alertou.

Ele citou exemplos práticos na área da saúde, conforme os fatores ESG – meio ambiente (gestão de resíduos sólidos), social (políticas de diversidade e inclusão) e governança (gestão de dados sensíveis de pacientes), demonstrando que o ESG deve ir além do mero cumprimento legal. “Ser ESG não é cumprir a legislação, isso deve ser pressuposto das corporações. Ser ESG é ir além disso”, disse Yun.

Ao responder sobre como mobilizar as demandas de clientes por programas de ESG, Yun ressaltou que o cliente tem de estar em um ponto de maturidade, ciente que de um lado essa adesão pode melhorar sua imagem no mercado e, de outro, impor-lhe punição, no caso de descumprimentos a fatores ambientais, sociais e de governança, previstos nas normas em curso.

“Essa parte ética é extremamente importante, mas é preciso montar uma equação ou receber sinalização do cliente sobre a necessidade de um programa de ESG, que, de forma simples e binária, envolve incentivo ou punição”, diz.

“Neste último caso, podemos lembrar um evento de cunho social: Quanto custou para uma grande rede de supermercados o episódio de discriminação e morte de um consumidor em Porto Alegre, em 2020”.

Para Yun, o que motiva as empresas a adotar IA, ESG e ODS é a sobrevivência. Ele lembrou que a coleta de dados e processamento das informações corporativas de forma manual, com dificuldades e erros, tornou-se impossível.

“Quando estamos falando em hospitais, temos muitos sistemas envolvidos, como coletar e unificar essas informações? Vai ser por meio da IA (lato sensu). Como hoje consigo pegar frameworks e processar a comparabilidade, somente as IAs estão permitindo isso”, pontuou.

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Um dos pontos mais polêmicos do debate envolveu a sobrevivência do futuro do ser humano diante do uso utilitarista dado aos sistemas de tecnologia de IA, em relação a ESG e ODS, ao longo das últimas três décadas.

“Talvez 30 anos seja pouco tempo, talvez porque eu seja asiático, conte com uma paciência milenar. Não podemos seguir a teoria da destruição criativa de Schumpeter, estamos falando de matriz energética atual, que não sei onde vamos chegar. Não sou tão cético, nem tão esperançoso, mas posso dizer que pago 200 dólares para empresas de LLM (Large Language Model), porque não quero ficar obsoleto, mas isso vai me deixar moderno? Não sei, mas vou pela sobrevivência”, afirma.

“Constato que empresas de sustentabilidade, que recebem investimentos de fundos, apostam no ESG porque os fundos querem. Economizar a luz, fechar torneira, não desperdiçar comida, consumir moderadamente – como lembrava meu pai, que viveu a cultura de guerra na Coreia – tem uma assertividade. A palavra sustentabilidade, atualmente, tem de ser visto como não ficar parado, de continuar se desenvolvendo sempre, sustentavelmente”, finalizou.

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