Mais de 10 milhões de senhas de e-mails brasileiros estão expostos na internet, em decorrência de megavazamento global de 3,2 bilhões de senhas referentes a 2,18 bilhões de endereços de e-mails, sendo que milhares pertencem à administração pública brasileira.
Os vazamentos têm ligação com o ritmo de produção de dados?
Temos de pensar que vivenciamos um cenário novo. Nunca produzimos tanto dados na história do mundo. Isso acontece o tempo todo, cada interação com celular, com o computador, com as redes sociais, o streaming de um filme, tudo isso gera dados. Atualmente conseguimos ter uma noção de que 1 terabyte equivale a 1 mil gigabytes.Um celular top, por exemplo, tem 500 gigabytes. Mas cada big tech processa por dia algo em torno de 20 petabytes (20 mil terabytes). Há projeções que os dados vão crescer 175 zetabytes até 2025. Para baixar isso na velocidade média da internet levaria 1,8 bilhões de anos para completar o download. Mas à medida que o volume de dados cresce exponencialmente, a segurança deve evoluir conjuntamente.
As senhas vazadas são de e-mails com domínio “br”?
Foi um megavazamento global de milhões de domínios e calcula-se que ficaram expostas cerca de 10 milhões de senhas de e-mails brasileiros, com domínio “br”.Isso, sem falar, nos serviços de e-mail que possuem domínio “com”, que também são usados no Brasil.
Isso traz inseguranças para os usuários brasileiros?
Sim, os dados vazados por cibercriminosos geralmente são comercializados em fóruns na “dark web”. E como quase 100 milhões de e-mails de pessoas físicas e jurídicas tiveram mais de uma senha vazada, isso permite ao hacker entender o padrão de criação de senhas por parte do usuário, consistindo em um risco a mais.
Há senhas também do Executivo, Legislativo e Judiciário incluídas no vazamento?
O megavazamento inclui mais de 60 mil senhas de e-mails do domínio “gov.br”, empregado pela administração pública , incluindo ministérios, BNDES e bancos públicos, empresas estatais e “ 5 mil do domínio “jus.br”, utilizado pelo Judiciário, incluindo os tribunais superiores. Há também e-mails com domínio “ câmara.leg.br”, “senado. gov.br” e “cnv.presidencia.gov.br”, este último ligado à Presidência da República. O arquivo vazado indica que reúne dados de violações realizadas em diferentes períodos e fontes. Agora, espera-se o início da investigação pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para esclarecer os usuários sobre mais esse vazamento criminoso.
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